Mogadishu, Somália - Awil Salah Osman percorre as ruas de sua cidade em escombros, muito semelhante a tantos outros meninos de sua idade, com roupas esfarrapadas, braços e pernas finas, e com um olhar pedindo por atenção e afeição.

Porém Awil é diferente destas outras crianças por dois motivos: um deles é que ele carrega um rifle automático Kalashnikov em seus ombros e o segundo motivo é que ele trabalha como chefe de uma milícia que é armada e financiada pelos EUA.



Muitos sabem que os islâmicos radicais têm tomado crianças de campos de futebol e os tornado em militantes. Mas Awil não é uma destas crianças das tropas rebeldes. Ele trabalha para o Governo Federal de Transião da Somália, que tem o apoio do governo americano em busca da luta contra o terrorismo na África Oriental.

De acordo com os grupos de direitos humanos da Somália e da ONU, o governo somaliano, que necessita de assistência do ocidente para sobreviver, tem mantido centenas de crianças ou mais no front de batalhas, algumas com apenas 9 anos de idade.

De acordo com a UNICEF, apenas dois países não ratificaram o documento da Convenção dos Direitos da Crianças, que proíbe o uso de soldados com menos de 15 anos: Os Estados Unidos e a Somália.


Assim como muitas crianças da Somália a guerra fez com que Awil amadurecesse muito rápido. Ele foi abandonado pelos pais que fugiram para o Yemen e se juntou à milícia quando tinha por volta de 7. Ele não sabe quantos anos ele tem, mas o seu superior diz que ele tem por volta de 12.


Ele recebe por volta de 1.50 dólares por dia, mas nem sempre. Ele compartilha sua cama com outras duas crianças soldado, Ali Deep, 10, e Abdulaziz, 13.